sexta-feira, 30 de março de 2012

LUTO COMO PROCESSO NATURAL DA CONDIÇÃO HUMANA


A morte é a única certeza de nossas vidas. Essa certeza vem da constatação da finitude da vida. Em nossa cultura Ocidental, a ideia de morte vem acompanhada de um grande pesar, medos e angústias, que, muitas vezes, nos dificultam encará-la como um processo natural da condição humana.

Quando perdemos uma pessoa querida, além da angústia e tristeza que a saudade nos impõe, também nos sentimos ameaçados frente à sua morte. Esta nos aproxima da nossa própria condição humana e do fato de que a morte também nos permeia, e fatalmente nos atingirá um dia. Isso nos torna, ainda mais vulneráveis, em um momento que já é tão difícil.

Para Freud (1916) “luto é a reação à perda de um ente querido, à perda de alguma abstração que ocupou o lugar de um ente querido, como o país, a liberdade, o ideal de alguém e assim por diante”.  .

É importante ressaltar que o luto é um processo que se inicia com a perda propriamente dita e se desenrola até o período de sua elaboração – quando o indivíduo enlutado volta-se, novamente, ao mundo externo.

Para a Psicanálise, desde que o luto seja superado, ele não é considerado uma condição patológica, mesmo que traga consigo grandes mudanças no estilo de vida de quem o vivencia, tal como a perda de interesse por atividades do cotidiano e pelo convívio social.  

Cada indivíduo reage ao luto de forma distinta, variando de acordo com sua estrutura emocional, suas vivências e sua capacidade para lidar com perdas.
É fundamental que esse processo de enlutamento, seja vivenciado até que ele seja superado, para que a dor da perda não fique reprimida e se manifeste posteriormente como algum outro sintoma. Esse é um processo lento e sua melhora gradual, com período de duração variável para cada pessoa.

O processo é normalmente, vivenciado através de um ou mais sintomas abaixo:

Entorpecimento - O indivíduo recentemente enlutado sente-se descrente, em choque, atordoado, desamparado. Isso acontece devido à dificuldade em aceitar a perda.  

Negação – Se apresenta como mecanismo de defesa frente a essa situação tão dolorosa.

Anseios - Crises intensas de choro e Dor profunda –  A perda pode gerar um grande anseio por reencontrar a pessoa morta. A impossibilidade desse reencontro pode gerar crises intensas de choro e dor profunda, assim como uma preocupação excessiva com seus pertences e objetos que tornem sua lembrança viva.

Culpa – Em muitos casos, esse sentimento é bastante presente. O enlutado pode, ao relembrar alguns eventos vivenciados com a pessoa morta, achar que deveria ter agido de forma diferente nessas ocasiões, ou, até mesmo, que poderia ter evitado sua morte.

Raiva, desespero, falta de prazer e hostilidade - Muitas vezes, o enlutado se volta contra amigos, familiares, médicos, Deus e, quando há o sentimento de culpa, contra si mesmo. Ele pode vir a se afastar dos amigos e do convívio social assim como perder o prazer e interesse no mundo externo, tanto em atividades novas quanto costumeiras.

A superação do luto se inicia quando o enlutado passa a construir um novo tipo de vínculo com a pessoa morta, fazendo com que a relação seja preservada em outro patamar, ou seja, quando o indivíduo falecido é internalizado, continuando, assim, a viver no mundo interno do enlutado.  

O sofrimento começa, então, a diminuir e ele torna a resgatar laços sociais, retomando vínculos antigos e construindo novas relações.

Podem ocorrer recaídas, principalmente em datas que lembrem o indivíduo falecido, como  aniversários de nascimento ou de morte, porém o apoio e a compreensão, tanto dos amigos quanto dos familiares, ajudarão a fazer do processo de enlutamento algo mais suportável.

Com o tempo, o enlutado volta a se inserir no mundo externo de modo pleno e normalmente, com sua capacidade de suportar perdas aumentada e amadurecida.


Texto de:  Fernanda Abatepaulo Linhares Guimarães


quinta-feira, 22 de março de 2012

SÍNDROME DO PÂNICO


A Síndrome do Pânico causa grandes sofrimentos e é bastante comum, mais do que se imagina. Felizmente existe solução, desde que feito um diagnóstico preciso que a pessoa queira realmente rever sua experiência de vida e seus valores, acompanhado por um profissional qualificado que vai servir como catalisador e orientador do processo.

Por estes relatos, que poderiam ser de diferentes pessoas que sofrem de Síndrome do Pânico, é possível identificar o grau de sofrimento e impotência que estas pessoas sentem ao passar pelas crises. A pessoa sente-se desprotegida e seu corpo passa a ter sensações estranhas, porém os exames clínicos não detectam nada de anormal com seu organismo.


Geralmente, a Síndrome do Pânico aparece no começo da vida adulta e é detonada por situações de estresse, como pressões no trabalho, no casamento ou na família, em que a pessoa se sente desamparada. O transtorno é de duas a quatro vezes mais freqüente nas mulheres, mas também pode ocorrer com sinais semelhantes nos homens. É claro que um único episódio de crise de ansiedade não caracteriza a Síndrome do Pânico, mas crises repetidas levam ao desenvolvimento do transtorno.

No pânico o perigo vem de dentro, o organismo responde a um alarme falso, o corpo reage como se estivesse frente a um perigo extremo, porém não há nada visível que possa justificar esta reação. 


É comum a pessoa passar a restringir a sua vida ao mínimo, limitando toda forma de estimulação para tentar evitar que aquela sensação volte. Assim a pessoa passa a evitar lugares, foge de atividades físicas e fica em casa, privando-se de muitas experiências, e essa atitude passa a comprometer a sua vida pessoal e profissional. Vamos compreender o que acontece com a pessoa.
A Síndrome do Pânico é um transtorno psíquico caracterizado pela ocorrência de inesperados ataques de medo extremo e por uma expectativa ansiosa sobre a possibilidade de ter novos ataques. Os ataques de pânico consistem em períodos de intensa ansiedade, geralmente com início súbito e acompanhados por uma sensação de morte iminente.

A freqüência das crises varia de pessoa para pessoa, assim como sua duração. Há crises de pânico mais intensas e outras menores.
Durante as crises, os portadores relatam sintomas como:

  • Taquicardia / Falta de ar
  • Dor ou desconforto no peito
  • Formigamento /Tontura
  • Tremores / Náusea ou desconforto abdominal
  • Embasamento da visão
  • Boca seca, dificuldade de engolir
  • Sudorese, ondas de calor ou frio
  • Sensação de iminência da morte
As crises de pânico costumam iniciar a partir de uma reação inicial que cause ansiedade. A partir daí passa a surgir na mente da pessoa uma série de interpretações negativas sobre o que está ocorrendo, sendo muito comum alguns pensamentos catastróficos como o de que a pessoa está perdendo o controle, vai desmaiar, está enlouquecendo ou que vai morrer. 

No intervalo entre as crises a pessoa costuma viver na expectativa constante de ter uma nova crise. Este processo é chamado de “ansiedade antecipatória”, que leva muitas pessoas a evitar certas situações e a restringir suas vidas a um mínimo de atividades.

Enquanto nas Fobias Simples a pessoa teme uma situação ou um objeto específico fora dela, como por exemplo, medo de altura ou medo de lugares fechados, no Pânico a pessoa passa a temer as reações de seu próprio corpo; é para essas reações que se volta a atenção, como deflagradores das crises de Pânico.

A Síndrome do Pânico é um estado de ansiedade que poderá ser relacionado a estar em locais ou situações onde escapar ou obter ajuda poderia ser difícil, caso a pessoa tivesse um ataque de pânico. Pode incluir várias situações como estar sozinho, estar no meio de multidão, estar preso no trânsito, dentro do metrô ou num shopping. As pessoas que desenvolvem este tipo de Pânico, geralmente se sentem mais seguras com a companhia de alguém de sua confiança e acabam elegendo alguém como companhia preferencial.
Este acompanhante funciona como um regulador, ajudando a pessoa a se sentir menos vulnerável a uma crise de pânico.

A pessoa com pânico vive um profundo conflito em relação às suas sensações corporais. Seu corpo é vivido como uma fonte constante de ameaça. A pessoa faz constantes interpretações equivocadas de suas sensações corporais, achando que vai ter um ataque cardíaco, que está doente, que vai desmaiar, que vai morrer, etc. Há uma profunda falta de confiança em si mesma. 

A pessoa com Síndrome do Pânico vive ansiosamente o que poderia ser vivido com sentimentos diferenciados. Numa situação que poderia despertar alegria, a pessoa se sente ansiosa; numa situação que provocaria raiva ela também se sente ansiosa. Qualquer reação interna ou sentimento mais intenso tende a despertar reações de ansiedade. 

As sensações de Pânico podem ser variadas, desde uma alteração nos batimentos cardíacos, uma sensação de perda de equilíbrio, tontura, falta de ar, enjôo, palpitação, tremor, etc. A presença destes gatilhos corporais podem disparar a ansiedade mesmo quando a pessoa não se dá conta de sua presença.

A ansiedade é a emoção típica da expectativa de perigo, ela ocorre quando a pessoa se projeta numa situação futura sentida como ameaçadora: eu vou... e vou passar mal. A pessoa com pânico vive tomada por graus variados de ansiedade e tem dificuldade de se sentir inteira no momento presente, vivendo como prisioneiro remoendo os seus pensamentos do que irá acontecer no futuro.

O estado de ansiedade leva a rigorosidade no processo de atenção e pensamento. A atenção passa a se deslocar involuntariamente, monitorando o corpo ou o ambiente em busca de algo que possa representar perigo. O enfraquecimento da capacidade de controle voluntário da atenção está relacionado à dificuldade de concentração.

Sob ansiedade a consciência é tomada por um fluxo de preocupações, pensamentos catastróficos e ruminações, a pessoa tem pouco domínio de sua mente. Surgem interpretações equivocadas das sensações corporais e pensamentos catastróficos, onde a pessoa passa a esperar sempre pelo pior.
Ao sentir alguma alteração em seu corpo a pessoa reage com ansiedade. A ansiedade produz um conjunto de reações fisiológicas que são naturais desta emoção. Porém a pessoa com Pânico tende a interpretar estas reações como se elas fossem perigosas. Estes pensamentos catastróficos acabam por produzir mais ansiedade, o que por sua vez vai aumentar ainda mais as reações fisiológicas, reforçando assim os pensamentos catastróficos. 

Cria-se assim um circuito infindável, onde as reações fisiológicas naturais do sentimento de ansiedade são interpretadas equivocadamente como perigosas em para si, o que produz mais ansiedade e alimenta os pensamentos catastróficos, num processo sem fim.

Através do processo emocional podemos regular o nosso próprio estado interno, nos acalmando, nos contendo e motivando. Através do processo de vínculos com pessoas ligadas ao nosso dia a dia podemos influenciar reciprocamente a parte fisiológica e os afetos um do outro e assim podemos nos acalmar e nos regular nos relacionamentos com pessoas de confiança.

Esses dois processos são normais, necessários e importantes ao longo da vida. Nas pessoas que desenvolvem Síndrome do Pânico encontramos problemas nestes dois processos, tanto uma precária capacidade de regular e controlar o lado emocional, como uma fragilidade nos processos de vínculos.
Tomada pela ansiedade nas crises, mas também num grau menor no período entre as crises, a pessoa com pânico não sabe como apagar o fogo que arde dentro de si.

A qualidade da relação com a própria excitação interna começa a se moldar nas experiências precoces de vida. Inicialmente a mãe ajuda e ampara a criança até que esteja mais madura e possa se amparar. Observa-se que nas pessoas com Síndrome do Pânico esta função não está bem desenvolvida e a pessoa sente-se facilmente ansiosa e vulnerável frente às reações emocionais. É comum, por exemplo, as pessoas com Pânico terem tido mães ansiosas, emocionalmente hiper-reativas, que ao invés de acalmarem a criança, a deixavam mais assustadas a cada pequeno incidente, como um tropeção ou um simples resfriado.

Experiências de vida desde a infância precoce podem atrapalhar o desenvolvimento da capacidade de auto controle, tornando uma pessoa mais vulnerável a desenvolver futuramente um transtorno ansioso como a Síndrome do Pânico.

Muitas pessoas com Pânico costumam solicitar a presença constante de alguém para que se sintam mais seguras. Vivem buscando compensar a sua dificuldade de auto controle através de uma compensação pelo vínculo.
O desenvolvimento da capacidade é fundamental para uma pessoa que tenha medo de suas reações e tenha dificuldade em se auto controlar, como ocorre com as pessoas com Síndrome do Pânico. 

Quando duas pessoas estão conversando, elas estão em contato, mas não necessariamente em conexão. Contato é uma interação de presença, que pode ser superficial, enquanto conexão é uma ligação profunda que ocorre mesmo quando as pessoas estão distantes. Duas pessoas podem estar em contato, conversando, mas com baixíssima conexão, como numa situação social formal. Por outro lado, duas pessoas podem estar fisicamente distantes, e, portanto sem contato, mas se sentirem conectadas.

Esta distinção entre contato e conexão é muito importante para compreender o que ocorre na situação que produz as crises de pânico. Muitas pessoas têm a sessão de que quando a crise eclode elas estão sozinhas, sem conexão com os outros. A desconexão pode ser um fator importante para desencadear uma crise de pânico.

A pessoa com pânico geralmente conhece as sensações de estar ausente, meio fora da realidade, se sentindo distante mesmo de quem está ao seu lado. Muitas pessoas relatam que quando estão acompanhadas de alguém confiável, tendem a não ter crises de Pânico. Porém, isto é verdadeiro somente enquanto elas se sentem conectadas com esta pessoa. Quando a outra pessoa está ao lado, portanto em contato, mas sem conexão emocional, a crise de Pânico pode se instalar do mesmo modo.

A conexão com o outro pode prevenir as crises por oferecer certa proteção vincular, a garantia de um vínculo que protege contra a sensação de desamparo, que desencadearia a crise. A outra pessoa funciona como um porto seguro. Na ausência da conexão com o outro, o psíquico poderá se desregular e a sensação de pânico, eclodir.

A segurança criada pelos vínculos ocorre, por exemplo, quando a mãe acalma a criança assustada, pegando-a no colo, dirigindo-lhe palavras num tom de voz sereno, ajudando deste modo a diminuir a ansiedade e a agitação da criança. Este processo envolve o estabelecimento de um vínculo com uma comunicação profunda de estados emocionais. Demanda conexão e não apenas contato.

Geralmente as pessoas que desenvolvem Pânico tiveram experiências vinculares traumáticas, que podem envolver perdas, rompimentos, traições ou abandono. Estes traumas prejudicaram a capacidade da pessoa estabelecer e manter conexões emocionais profundas, fator essencial para a segurança emocional criada pelo vínculo.

Assim a pessoa pode algumas vezes se sentir protegida com a presença de alguém de sua confiança, mas acaba voltando ao estado de vulnerabilidade tão logo esta pessoa se afaste. Há uma precariedade na conexão vincular que se torna inconstante e frágil.

Há uma relação significativa entre o Pânico e as crises de ansiedade disparadas pelas situações de separação na infância. Uma boa parte das pessoas que desenvolvem Síndrome do Pânico não conseguiu construir uma referência interna do outro (inicialmente a mãe) que lhe propiciasse segurança e estabilidade emocional. Esta falta de confiança pode trazer, em momentos críticos, vivências profundas de desconexão e desamparo, disparando crises de pânico.

A experiência do Pânico é muito próxima do desespero de uma criança pequena que se sente sozinha, uma experiência limite de sofrimento intenso, de sentir-se exposta, frágil, desprotegida, sob o risco de morte.

As pessoas com Síndrome do Pânico sofrem com uma falta de relação básica, falta de conexão e confiança nos vínculos, o que leva a uma vivência insegura, com experiências de fragilidade, vulnerabilidade e desamparo.
Para uma pessoa ficar boa da Síndrome de Pânico não basta controlar as crises. É necessário integrar as sensações e sentimentos que estavam disparando as crises e assim superar o estado interno de desamparo.

A melhora advém quando a pessoa torna-se capaz de sentir-se identificada com seu emocional, capaz de influenciar seus estados internos, sentindo-se conectada com os outros à sua volta, podendo lidar com os sentimentos internos, se re-conectando com os fatores internos que a precipitaram no Pânico e podendo lidar com eles de um modo mais satisfatório.

Superar a experiência da Síndrome do Pânico pode ser uma grande  oportunidade de crescimento pessoal, de uma retomada vital e contemporânea do processo psicanalítico na vida de cada um.


Fonte: Elizabeth Oliva Mednicoff - Psicóloga e Escritora 

sexta-feira, 16 de março de 2012

RESISTENCIA EM PSICOTERAPIA - COMO LIDAR?


Ir ao psicólogo é coisa para louco né? E eu não sou louco! Quantos de nós, psicólogos já não ouvimos isso?

E em função disso, muitos criam uma verdadeira muralha e até pre-conceitos sobre a terapia, mesmo quando decidem faze-la.  Inventam mil desculpas de que hoje não vai dar para ir, estou enrolado no serviço, acordei tarde, etc...

Pensando nisso, resolvi colocar um texto da Psicóloga Ana Luisa Testa que explica exatamente o que significa essa tal de resistência.

Quem está familiarizado com os jargões psicológicos já deve ter ouvido muito a primeira palavrinha do título: resistência. Para aqueles que ainda não a conhecem, darei uma breve explicação, pois me parece que o termo já se explica por si só.

A resistência seria o conjunto de fatores que dificultam o andamento do processo terapêutico. Esses fatores, em sua maioria, são inconscientes. Trocar palavras, esquecer o horário, perder as chaves do carro, e assim por diante.

Mas uma boa dose deles, são determinados conscientemente: marcar outros compromissos na hora da terapia, encher o tempo da sessão com conversa fiada, restringir os assuntos que podem ser falados, etc..

Para que um trabalho analítico caminhe bem, é FUNDAMENTAL que essas resistências sejam trabalhadas. Mas existe um tempo certo para isso.

Mas por que as pessoas resistem tanto? Acredito que por uma certa atitude de rigidez egóica. Nós queremos que todos aqueles sintomas indesejáveis sejam arrancados de nós durante uma análise, mas não sei quantos de nós estão dispostos a mudar por isso.

É aquela velha história de que para que algo novo surja, o antigo deve perecer. Não somos muito chegados nessa história de “perecer”. Afinal de contas, parece que o problema é sempre os outros, nunca nós mesmos.
Mas aí o terapeuta é colocado em um papel muito complicado. É como ir ao médico e dizer: “Dr., tenho colesterol alto. Mas por favor, não vamos fazer exame de sangue, pois não gosto de agulha.

Aí o médico te passa um medicamento que você esquece de tomar, e  também fala para você fazer atividade física. Você até se matricula na academia, mas nunca vai, pois sempre tem coisas mais importantes para fazer com seu tempo.

E seu colesterol melhora? Não, não melhora… e você pensa que talvez seja melhor marcar outro médico.

Isso é um tanto frustrante, tanto para o terapeuta quanto para o cliente. Mas trabalhar as resistências dentro da terapia não é tarefa fácil. Se você for condescendente em demasia com a atitude de “não querer ver, não querer saber, não querer mudar” de seu cliente, pode ser que ele nunca se dê conta de como sabota seu processo. Se você for muito duro, pode ser que você o quebre, e ele nunca mais volte.

Se as resistências estão lá, é porque são necessárias e protegem algo que pode desmontar. Ao terapeuta, cabe perceber (dando leves cutucadinhas) qual é o momento propício para tocar no assunto.
Gosto muito dessa frase da Monja Coen, sobre como isso se dá na relação mestre-discípulo no zen budismo (e que acho que dê para extrapolar para a relação terapeuta-paciente):

”No zen, costumamos dizer que o relacionamento do mestre com o discípulo deve ser como o da galinha com o pintinho. A galinha fica lá, chocando seu ovo e, de vez em quando, dá uma bicada na casca para ver se já pode abrir. Enquanto o pintinho não responde com uma batidinha, a galinha não quebra a casca do ovo. O mestre age da mesma forma. Ele nunca abre a casca do discípulo antes da hora, pois é preciso que haja uma resposta de dentro. É muito importante respeitar o tempo de cada um, sem querer forçar ou exigir nada de que o outro ainda não dê conta.” 

A resistência é como a casca do ovo, que protege o pintinho, até que ele possa sair dali para se relacionar por inteiro com tudo o que está à sua volta. Então vamos quebrando, mas vamos quebrando devagarzinho, para não quebrar a estrutura da casa do pintinho!


Fonte:  Ana Luisa Testa - Psicologahttp://www.terapiaemdia.com.br/


segunda-feira, 12 de março de 2012

POR QUE TEMOS MEDO DAS DIFERENÇAS?

Olá Pessoal, 

Hoje vou postar um texto de uma amiga de faculdade, falando sobre um tema que faz parte do nosso dia-a-dia: MEDO DAS DIFERENÇAS


Vivemos numa sociedade que corre atrás da    individualidade   constantemente, buscando a diferenciação, por meio de objetos de luxo, peças únicas, entre outros.

Mas as diferenças reais nos assustam, temos medo de tudo que é realmente diferente de nós e nos afastamos acreditando que dessa forma a diferença que por algum motivo nos assusta não nos atingirá.

Quando falo em diferença, ou melhor, diversidade, falo de nós todos, pois, sim, todos somos diferentes e fazemos parte da diversidade humana!!!

Perdemos muito com este comportamento medroso. A riqueza e grandeza de uma sociedade esta na sua diversidade, deixamos de aprender quando nos afastamos de tudo que é diferente de nós.

Do meu ponto de vista este medo vem do fato de não sabermos como é viver as diferenças… SOMOS SINGULAR!!!

“Sem diversidade não há vida, novas possibilidades e nem criação. A homogeneidade é morte, é impossibilidade, é o fim da vida.”
Frase do meu querido amigo, Reinaldo Bulgarelli





Por Tata Quintieri - Psicóloga e responsável pelo site:  http://senhoritag.com/


sexta-feira, 9 de março de 2012

MANIA OU TOC?




A sensação de que não se é o único a vivenciar sintomas e dificuldades diminui o sofrimento e facilita a busca por ajuda profissional e familiar.
Surgem, porém, dúvidas que devem ser elucidadas para que o melhor tratamento seja efetivamente buscado.

A abordagem ao transtorno obsessivo compulsivo sempre deixa dúvidas no cidadão comum: será que o que tenho são manias ou será que tenho TOC? Às vezes brincadeiras são feitas com esse tipo de referência a pessoas muito organizadas. Nada contra o bom humor, mas esse tipo de brincadeira não engloba o conhecimento sobre o sofrimento que alguém com TOC vivência no dia a dia. Faz-se necessário, portanto esclarecer esta diferença para que caso seja importante se busque ajuda.

Na verdade a palavra "mania" tem origem grega e significa loucura. Para a Psiquiatria, a mania tem outro significado e se caracteriza pela mudança exacerbada de humor, com alteração comportamental dirigida, em geral, para determinada ideia fixa e podendo desenvolver características de quadro psicótico grave e agudo, típico, mas não exclusivo, por exemplo, do transtorno bipolar; caracteriza-se por grande agitação, loquacidade, euforia, insônia, perda de senso crítico, grandiosidade, exaltação da sexualidade e heteroagressividade (dirigida às pessoas, diferentemente da autoagressividade, que volta-se contra si mesmo). Significado, portanto, diferente do que se usa popularmente.

Vulgarmente a mania é associada a hábitos que, entretanto, não são propriamente manias, pois não interferem na vida individual ou social do indivíduo. Recebem esse nome, por exemplo, alguns hábitos ou costumes caracterizados por alguma fixação, rituais, etc., como horários para fazer refeição, formas de vestir, colecionar e rotinas de organização.

Certo grau de rituais é importante para lidar com situações principalmente de estresse. Estar atento à intensidade e rigidez dessas manias é uma forma de observar e gerenciar a saúde mental.

Não é anormal que uma pessoa apresente de forma passageira obsessões e compulsões vinculadas a preocupações reais. Rituais também ocorrem relacionados a tais situações, como uma viagem, uma prova, uma situação constrangedora. Os pensamentos e rituais podem ficar recorrentes por determinado período, mas finalizam com o tempo ou com a resolução do problema. As manias e rituais servem como forma de organizar a ansiedade e solucionar o caso. O problema é quando isso fica fora de controle e atrapalha o funcionamento da vida. No transtorno obsessivo-compulsivo a vida se torna comprometida por obsessões e compulsões.

Segundo o DSM IV, obsessões são pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que são intrusivos e causam ansiedade e desconforto. Não são meras preocupações excessivas com problemas da vida real. A pessoa tenta neutralizá-los com outros pensamentos ou ação. São produto da própria mente. Pensamentos relacionados ao medo da miséria financeira e de cunho sexual são alguns exemplos.

As compulsões são comportamentos repetitivos ou atos mentais que a pessoa se sente compelida a fazer em resposta a uma obsessão ou de acordo com regras rigidamente auto impostas. A necessidade intensa e incontrolável de lavar as mãos para que não seja contaminado é exemplo de compulsão.

As obsessões e compulsões geram sofrimento, consomem tempo e energia e atrapalham a rotina do indivíduo interferindo na vida pessoal, profissional ou acadêmica. Normalmente a depressão está associada ou surge como consequência desse processo.

De qualquer forma, é importante sabermos que as manias fazem parte da vida, ou seja, hábitos que desenvolvemos para lidar com o dia a dia e com suas exigências, e certo grau de rituais é importante para tratar situações principalmente de estresse. estar atento à intensidade e rigidez dessas manias é uma forma de observar e gerenciar a saúde mental. 

O transtorno obsessivo compulsivo é um transtorno de ansiedade que em sua maioria dá sinais de que está se desenvolvendo. Gerenciar a ansiedade, flexibilizar a cobrança interna e o senso de responsabilidade bem como fortalecer a segurança e autoestima, são formas de prevenir ou amenizar a instalação da doença.


Fonte: Revista Psique Edição 71 – 2011  Por:  Andreia Calçada 

terça-feira, 6 de março de 2012

SINDROME DO NINHO VAZIO


Faz parte do processo natural da vida em família os filhos saírem de casa em determinado momento, seja porque vão casar, ou porque vão cursar a universidade em outra cidade, ou ainda na busca por mais independência. Em geral, isso é motivo de festa para os pais, pois começam a enxergar seus filhos como pessoas responsáveis e capazes de tocar suas próprias vidas.
 Mas, às vezes, o que deveria ser motivo de alegria pode se transformar em pesadelo para os adultos. É a chamada síndrome do ninho vazio, causada quando a pessoa, em geral a mãe, vê seus filhos ganhando autonomia e saindo de casa. Por não conseguir lidar com isso, o sentimento de saudade
e acaba ganhando proporções prejudiciais à vida de quem fica. 
As causas
A síndrome do ninho vazio acontece com pessoas que se vinculam muito aos filhos e criam, praticamente, uma rotina voltada para atender as necessidades deles. Quase como uma troca, a mãe faz tudo para e pelo filho, que retribui com companheirismo.
Para conter a tristeza
A síndrome do ninho vazio é considerada, pelos profissionais da área, como uma crise existencial passageira. Dependendo de alguns fatores, como o número de filhos e a personalidade dos pais , tudo pode ser apenas questão de se acostumar à nova rotina. No entanto, pode haver exagero nos sintomas de tristeza e, nesses casos, é aconselhável tratamento com psicológico, para que esses pais possam entender  a causa e transmutar esse sentimento de uma forma que fique saudável.
Cortar o cordão umbilical imaginário que perdura entre pais e filhos pode ser doloroso no início, mas é a solução para a saúde emocional dos pais.

sexta-feira, 2 de março de 2012

AUTO MUTILAÇÃO


O tema escolhido é silencioso e se apresenta diante da sociedade e no meio familiar. Pacientes com esse transtorno fere insanamente a si mesmo, com objetivo de aliviar e transpor dor psicológica e seu tormento. A dor física entra sobrepondo a dor psíquica , proporcionando instantes de calma e alívio interno pra quem o pratica. Porém, esse mecanismo é extremamente cruel não só no aspecto físico quanto psíquico, pois a pessoa se auto-destrói.Tende a sentir-se culpada depois do ato e retorna ao seu estado de tormento. O sentimento da dor física entra como um escudo de proteção deslocando os conflitos emocionais.A auto mutilação acaba se tornando um ciclo vicioso, sendo que o sujeito mutilado sente de imediato um alívio e logo volta ao seu estado de ansiedade e raiva de si mesmo e dos outros.
As pessoas que realizam tal ato, não se vangloriam dessas atitudes , apenas não encontram outras alternativas para sobrepor as suas dores, envergonham-se e refugiam-se cada vez mais nessas atitudes, sentem-se excluídas do mundo "normal", não conseguindo pedir ajuda para o alivio de suas dores afetivas. É importante a auto-mutilação não ser confundida com o masoquismo, chantagem emocional e tentativa de suicídio.




Os locais mais comuns para essa prática no corpo são: pulsos, braços,coxas,e pernas, porém , a face , seios e abdômen são locais cortados com menos freqüência.

As características psicológicas marcantes desse indivíduo são :baixa auto-estima associada com intensa auto- desvalorização, hipersensibilidade à rejeição apresentando altos níveis de sentimentos agressivos (especialmente consigo), ira , alta impulsividade, alteração de humor, percepção negativa em relação ao futuro, traços depressivos, ansiedade crônica , irritabilidade freqüente, apresentando ainda recursos internos insuficientes e isolamento.  

Como a se desenvolve?
Embora as causas da automutilação ainda não estejam bem definidas, há evidencias de que fatores neurobiológicos e fatores psicossociais, como características de personalidade mais impulsiva e compulsiva, bem como a história de vida e o ambiente colaboram para o surgimento da automutilação. Os pacientes descrevem o início da automutilação após vivência de forte emoção, como raiva, utilizando este comportamento como forma de lidar com a emoção, um comportamento com características impulsivas. Com o decorrer do tempo, o paciente observa que obtém alivio de sensações ruins e passa a repetir a automutilação com o objetivo de obter alívio novamente. Começa a planejar e, muitas vezes, ritualizar a realização do ferimento. Estes comportamentos podem ser desencadeados por uma vivência traumática ou apenas pela lembrança desta.

Automutilação tem tratamento?
A psicoterapia, nestes casos, tem como um dos objetivos ajudar o paciente a identificar outras formas de lidar com frustrações, que sejam mais eficazes do que seu comportamento. Ainda não há medicação específica indicada para que o paciente pare de se mutilar, entretanto, a medicação pode ser indicada para alívio dos sintomas depressivos e ansiosos que podem colaborar para a manutenção do comportamento. Há também medicações que são usadas para diminuir a impulsividade e que ajudam o paciente a resistir a vontade de se machucar, caso esta apareça.
Nestes casos, o ideal é buscar ajudar com profissionais da área da saúde mental, como psicólogos e psiquiatras.

Tratamento Gratis
Ambulatório Integrado dos Transtornos do Impulso do IPq- HCFMUSP - Fone: 11 2661.7805 e maiores informações acessem o site: http://amiti.com.br/


Fonte: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI19858-15254,00.html
Fonte : Jornal de Hoje de Mato Grosso do Sul, escrita por Adriana Camargo do Nascimento - Psicóloga Clínica- Pesquisadoras das Causas Depressivas -

quinta-feira, 1 de março de 2012

QUEM DISSE QUE ÍCONE DE BELEZA PRECISA VESTIR 36?


O conceito Plus Size é recente, que surgiu em contrapartida ao uso extremo da magreza nas passarelas europeias. Algumas marcas e estilistas, percebendo que nem toda mulher possuía a genética estilo fininha, resolveram investir em um mercado novo de moda, que valorizasse o corpo das mulheres mais cheias de curvas.



Com o passar dos anos, o Plus Size ganhou importância e mais e mais marcas renomadas passaram a investir no mercado, criando linhas e publicações exclusivas, como a Vogue Curvy e a área exclusiva da Saks em Nova Iorque com roupas de grifes famosas exclusivas para o público plus. 

E mais, não só grifes, como marcas do nosso dia a dia, vide a linha T.Plus da Leader, a Plus Size da Renner e a C&A, que agora vende calças até o tamanho 54. Todas as peças acompanhando as tendências da moda e oferecendo variedade de estilos às consumidoras, que há um tempo atrás tinham que se satisfazer com lojas especiais para “gordinhas”.

Pessoal, o que importa acima de tudo isso é a SAÚDE! Ela estando em perfeito estado, o resto tiramos de letra né? Vamos cada um se aceitar fisicamente do jeito que é, pois cada ser humano tem um biótipo diferenciado. De bem consigo mesmo, é estar de bem com a vida e o seu interior! 

Quero indicar um blog de uma amiga de faculdade que esta fazendo o maior sucesso no facebook  http://senhoritag.com , lá ela fala sobre modas, conceito de beleza, dicas de roupas,  enfim, é um blog super delicioso de ler.